terça-feira, 29 de setembro de 2009

Alemanha comemora aniversário de 350 anos da Silvaner - Por Silke Tischendorf-Lewin

Conforme prometido, segue um artigo da autoria da Silke. Boa leitura!
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Este ano, a casta Silvaner recebe na Alemanha, especialmente na região da Francônia, muita atenção: as regiões vinícolas alemãs comemoram o 350° aniversário da primeira plantação da Silvaner em solo alemão.

Estudos genéticos mostram que a Silvaner é um cruzamento entre a Traminer e a variedade "Österreichisch Weiss” (branca austríaca na tradução literal).

A Silvaner é originária do vale do Danúbio, na Áustria. Sua ida para a região que depois ficaria praticamente conhecida como sua terra natal, deu-se através de uma encomenda de 25 videiras feita por Johann Georg Körner, responsável pela vinícola do “Domäneamt” do condado de Castell, que foram transportadas de um mosteiro cisterciense em abril de 1659 para o castelo Domäneamt do príncipe da Francônia.

Conhecida por proporcionar vinhos de alta qualidade, esta uva branca de fino paladar e baixa acidez já era muito apreciada à época. Pesquisas realizadas nos documentos históricos do castelo mostram que naquele tempo uma videira custava quase o triplo do que custa hoje.

O investimento do príncipe parece ter valido a pena. Até a década de 70 a Silvaner era a principal uva branca da Alemanha, até ser superada pela Riesling e Müller-Thurgau. No entanto, ela ainda é o carro-chefe da região da Francônia e juntamente com a “Bocksbeutel” (garrafa bojuda) são considerados os embaixadores da região mundo afora. Atualmente são plantados na Alemanha 5.260 hectares com a casta Silvaner, que alem de sua terra natal também é encontrada em grande concentração em Rheinhessen, no Palatinado e em Baden.
Fãs da casta apreciam seus vinhos particularmente como acompanhamento para peixes ou aspargos brancos, já que o sabor seu sabor mais frutado e leve “respeita” o paladar delicado dessas comidas. Além disto, a baixa acidez torna o vinho facilmente digerível. A variedade também produz vinhos encorpados, suculentos com uma acidez frutada.

O ano da Silvaner foi oficialmente anunciado no castelo Domäneamt, o berço da casta na Alemanha, em Castell. Durante todo o ano eventos e festividades irão comemorar este aniversário especial. Para aproveitar o ensejo "Parabéns pra você...!"

Uma idéia criativa para comemorar o aniversário desta uva foi soltar 350 balões verdes num vinhedo da Francônia, ao pé da fortaleza de Würzburg na Francônia.

No Brasil se destaca a Silvaner da vinícola Hans Wirsching, Iphöfer Kronsberg Silvaner, 2006, Kabinett trocken (seco) Mistral Importadora, aprox. R$ 72,00.

Silvaner – Artikel

(Silke Tischendorf-Lewin, 19.09.09)

Fotos: Silke e DWI - Instituto do Vinho Alemão

sábado, 26 de setembro de 2009

Espumante Miolo Brut por R$19,90 - É só até amanhã, domingo, 27 de setembro

Não costumo colocar promoções de vinhos aqui no Blog. Nada contra, mas não tenho o hábito. Mas, desta vez, acho que se justifica plenamente, pois não é fácil encontrar, no Brasil, um espumante com a qualidade do Miolo Brut (feito pelo método tradicional - aquele em que a segunda fermentação acontece na própria garrafa, com chardonnay e pinot noir) por apenas R$19,90!

Encontrei essa promoção no Carrefour Sul, aqui em Brasília. O Márcio, sommelier da casa, informou-me que vai só até amanhã, domingo. Segundo ele, é provável que a promoção também esteja acontecendo em outras unidades do Carrefour, mas isso eu não posso garantir.

Só uma dica: estão disponíveis duas tiragens, 2006 e 2007. Procure levar a 2007. Para identificá-la, basta olhar na parte inferior traseira da cápsula, como na foto abaixo. Digo isso porque não se trata de um espumante de guarda e, portanto, quanto mais jovem, melhor.

Conheça os "Douro Boys" no programa A Hora de Baco

Não deixe de ver este episódio do programa "A Hora de Baco", da TV portuguesa RTP. Você terá oportunidade de conhecer os afamados "Douro Boys", além de belíssimas imagens do Douro. Confira!

Alentejo

Neste episódio, o programa "A Hora de Baco", da TV portuguesa RTP, traz duas vinícolas do Alentejo. Ao sul, Paço do Conde. Ao norte, Monte da Penha.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Como você costuma escolher seu vinho?

Os diversos critérios que, normalmente, são utilizados na hora de escolher o vinho. Em suma, é sobre isso que escrevi na coluna deste mês, que foi publicada no Comércio do Jahu, da cidade paulista de Jaú (cidade natal do Saul Galvão, que já deixa saudades) e que ainda será no CirculandoAqui, de Cambará.

Confira a coluna clicando aqui.

Foto:
Laurent Saint Jean

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Silke Tischendorf-Lewin

Hoje gostaria de apresentar a vocês a mais nova colaboradora aqui do Blog. E achei que um modo interessante de fazer isso seria uma entrevista. Em breve, artigos de autoria dela estarão aqui. Com vocês, Silke Tischendorf-Lewin.



Qual sua formação acadêmica fora do mundo do vinho?

Silke - Sou administradora de empresas. Estudei na Alemanha (European Business Management) e na Austrália (International Business). Escrevi minha monografia sobre estratégias de marketing nos Estados Unidos, para os vinhos de uma renomada vinícola alemã.

Quando teve início sua relação com o vinho?

Silke - Bem cedinho! Como sou neta de viticultores da região Pfalz (Palatinado), já nasci no meio das uvas e dos vinhos. Nas refeições principais sempre tinha vinho na mesa, principalmente branco seco. Sempre podia tomar um golinho. Vi meus avós trabalhando nos vinhedos, provando vinhos com clientes. Na minha região temos centenas de festas de vinhos, na famosa Rota do Vinho (Deutsche Weinstrasse). Na verdade na região Pfalz quase tudo gira em volta do vinho, da culinária e de celebrar a vida!

Ainda como menina, com 8 anos, ajudei pela primeira vez na colheita, cortando as uvas. E quem diria que mais que 20 anos depois o vinho continua ser minha paixão? Depois na adolescência me interessei cada vez mais pelo tema, e também pela harmonização entre comida e vinho. Adoro cozinhar e experimentar novas receitas, novos vinhos.

Que cursos já fez sobre vinho?

Silke - Na Alemanha participei em alguns cursos oferecidos pelo Instituto do Vinho Alemão, por exemplo, "As principais uvas da Alemanha", cursos sobre as “nossas” regiões de viticultura, sobre os vinhos da África do Sul e da Itália, além de cursos como vinho e chocolate, vinho e queijos, vinhos de sobremesa etc. Na Austrália participei também de um curso de três meses em Sydney, para sommeliers. Também comecei em Munique com o primeiro curso da WSET. Fiz a prova do curso básico e do intermediário. No ano passado participei no curso da WSET Advanced em São Paulo e fiz a prova do International Higher Certificate in Wines and Spirits. Meu objetivo é obter em breve o renomado Diploma of Wines and Spirits, pré-requisito para o prestigoso Master of Wine. E claro, aqui no Brasil fiz os dois cursos da ABS em Brasília. Já participei de inúmeras palestras, degustações, viagens de enoturismo. Acho fantástico! Com cada palestra assistida, vinho degustado, livro lido e vinícola visitada vejo como é incrível e rico esse mundo do vinho. Adoro aprender e descobrir coisas novas,mas quanto mais eu estudo, mais me dou conta do quanto ainda tenho para aprender. Por isso vivo a filosofia de “life-long-learning”.

Qual sua experiência profissional com o vinho?

Silke - Antes de me mudar para o Rio de Janeiro, em Julho desse ano, eu era responsável na Embaixada da Alemanha em Brasília pela divulgação do vinho alemão no Brasil. Organizei degustações, conduzi palestras, publiquei artigos e criei um link entre produtores alemães e importadores no Brasil. Também acompanhei o processo de lançamento de uma nova marca de vinho alemão no mercado brasileiro.

Em 2002 e 2003, trabalhei na vinícola alemã Dr. Bürklin-Wolf, desenvolvi pesquisa de mercado, análise de comportamento de compra de clientes, desenvolvi campanha de marketing para o mercado americano, incluindo material para o “Point of Sale” em restaurantes, hotéis e lojas especializadas. Realizei importação, comercialização, e exposição de produtos aos vinicultores, e responsáveis por gastronomia e hotéis em Chicago, Florida e Milwaukee.

Fiz alguns estágios em vinícolas na Alemanha.

Além disso, escrevo artigos sobre vinho para sites na Alemanha e algumas revistas alemãs especializadas na área de vinho e culinária. Em julho fui convidada a dar aulas na escola "Ciclo das Vinhas", da Alexandra Corvo, em São Paulo.

Qual é seu vinho predileto?

Silke - Obviamente adoro o aromático e elegante Riesling alemão e o Shiraz australiano.

Quando se trabalha com vinho quase todos os dias por muitos anos, o vinho predileto muda. Isso é claro. Sempre descubro algo novo e na verdade, o vinho preferido depende da situação. Tem momentos que gosto mais de um vinho tinto e em outros momentos prefiro um espumante. No geral eu prefiro mesmo os vinhos complexos, os brancos refrescantes e os tintos aveludados, desde que autênticos de uma determinada região. Mas o mais importante é que o vinho apresente aquela “alma” que inspira a todos, nós os amantes dessa bebida divina.

Estes vinhos marcaram meu paladar e trazem felizes lembranças:

1. Cultus Buoni, Chianti Classico da Badia a Cultibuono/Itália

2. Cusumano, Nero D’Avola, Sicilia IGT/Itália

3. Mitchell, Peppertree Shiraz, Clare Valley/Austrália

4. Cirsion, Bodegas Roda, Rioja/Espanha

5. Vietti, Roero Arneis, Piemonte/Itália

6. Nautilus, Sauvignon Blanc, Marlborough/Nova Zelândia

7. Georg Mosbacher, Forster Pechstein, Riesling seco Pfalz/Alemanha

8. Domdechant Werner, Kirchenstück, Riesling Spätlese trocken, Rheingau/Alemanha

9. Laetitia, Chardonnay e Pinot Noir, California/E.U.

10. Anselmann, Riesling Eiswein, Pfalz/Alemanha


Qual vinho você escolheria se seu médico lhe obrigasse a desistir de todos os vinhos, menos um?

Silke - Eu escolheria um grande champagne. Por que? O champagne combina perfeitamente com diferentes tipos de comida, como nenhum outro vinho. Um grande champagne é refrescante, sexy, elegante e delicioso. Quando é bem feito, depois do primeiro gole é impossível parar de beber.

E qual é a melhor hora para beber um champagne? Como Alain de Vogüé, presidente da Veuve Clicquot-Ponsardin, até 1987, disse: "Antes, durante e depois."

Concordo plenamente. O Champagne pode ser apreciado a qualquer hora do dia ou da noite. Pode-se começar com o café da manhã (sem se preocupar com as pessoas olhando para você e pensando “olha aquela alcoólatra...”) e relaxar no final de um dia agitado com uma taça acompanhando um jantar bem gostoso. Esta versatilidade nenhum outro vinho pode oferecer.

Espero que meu médico nunca me obrigue fazer essa escolha.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Será na próxima terça-feira, dia 29: Jantar harmonizado no Dom Francisco da Asbac - Vinhos da importadora KMM


O restaurante Dom Francisco da Asbac realiza no próximo dia 29 de setembro, terça-feira, às 20h30, jantar harmonizado com vinhos da importadora KMM, reconhecida como referência no Brasil na importação de vinhos australianos. Para harmonizar com os famosos pratos dochef Francisco Ansiliero, a KMM escolheu quatro vinhos australianos, um argentino e outro chileno. O jantar tem apoio da SBAV-DF.

Em Brasília, os vinhos da KMM são distribuídos pela Super Adega.

Menu do dia 29 de setembro

Entrada
Bolinho de bacalhau
Tatachilla Growers Blend Semillon Sauvignon Blanc 2006- Austrália

Salada
Salada de Bacalhau
Hope Estate Three Steps Chardonnay 2006, Hunter Valley – Austrália


Prato
principal
Contra filé maturado com arroz de brócolis e farofa de ovos
Família Schroeder Saurus Patagonia Select Malbec 2004 – Argentina
Westend Estate 3 Bridges Durif 2006, Riverina - Austrália


Sobremesa
Torta de castanhas com sorvete
La Ronciere Late Harvest Riesling 2008, Valle de Rapel - Chile

Água
Café espresso
Chá

Serviço:
Data:
dia 29 de setembro
Horário: 20h30
Local: Dom Francisco Asbac (SCES Trecho 2 Conjunto 31)
Valor por pessoa: R$ 95,00
Reservas: 3224-5679 e 3224-8429

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Assista a uma vindima em Portugual, ao vivo, pela internet !!!


Hoje o blog está com "sotaque português"!!!

Recebi, há poucas horas, uma mensagem do Filipe José Carvalho, da área de comunicação do Município de S. João da Pesqueira, em Portugal. Ele me relata que amanhã, 22 de setembro, haverá a transmissão, via internet, da vindima de vinhas do Douro, numa parceria do Município com a vinícola Quevedo, produtora de vinhos do Douro e do Porto. Uma fortificação de vinho do Porto também será mostrada.

O horário previsto é das 9h às 18h, o que equivale, no horário de Brasília, salvo engano, ao período das 5h às 14h.

Para ver, basta acessar um dos endereços abaixo:

http://quevedoportwine.com/harvest-2009vindima-2009

www.sjpesqueira.pt/actividades

Foto:
Feliciano Guimarães

Você conhece a casta Jaen? Torre de Tavares Jaen 2005

Há algumas semanas, tive a oportunidade de provar um vinho tinto português, oriundo da região do Dão, o Torre de Tavares Jaen 2005. Este vinho, que ainda não tem importador no Brasil, teve uma produção limitada a 5.000 garrafas.

Produzido pela Quinta da Boa Vista (em junho, fiz uma postagem do programa de TV português "A Hora de Baco", em que você pode conhecer um pouco sobre a vinícola e seu proprietário e enólogo, João Malheiro Tavares de Pina), tem 85% da casta Jaen e 15% de Touriga Nacional. O vinho estagia por 16 meses em barricas novas de carvalho, sendo 60% americano e 40% francês, tendo sido engarrafado em julho de 2007.

Agradável no nariz, traz os aromas oriundos do estágio em madeira bem presentes, sem, contudo, esconder os aromas de fruta. Denso e concentrado, o vinho apresenta taninos firmes que, aliados a 14% de álcool, sugerem grande longevidade. Gastronômico, harmonizou-se muito bem com um corte de picanha, cuja gordura integrou-se perfeitamente aos taninos. Um belo vinho, que ainda pode ser apreciado por vários anos e - tudo indica - deve crescer em complexidade e elegância.

A Jaen é a segunda uva mais cultivada na região do Dão, superada apenas pela Touriga Nacional. Oz Clarke, em seu livro "Grapes and Vines", aponta ainda para o fato de que a casta seria a mesma encontrada na Espanha, ali recebendo o nome de Mencía.

Foto: Divulgação

sábado, 19 de setembro de 2009

Depois da "enochatice", a "gastrochatice"


Sou um "enochato" que tenta se controlar. Eu digo que tento porque nem sempre consigo segurar minha "enochatice" e, por vezes, vejo-me fazendo discursos impertinentes e/ou inoportunos sobre vinho...

Mas, enfim... coisas da vida!

E, hoje, deparei-me com um texto muito bacana, do Walcyr Carrasco, no site da Veja SP. Lá, além dos "enochatos", ele trata de uma figura análoga, os "gastrochatos". Muito divertido!

Pelo que vi, esse já é o segundo texto do Walcyr a respeito dos "gastrochatos". No primeiro, ele não aborda os "enochatos", mas, em compensação, traz situações inusitadas ligadas à gastronomia.

Se você for observador(a), vai notar que o texto que fala dos "enochatos" está datado de 23/09/2009, embora ainda estejamos no dia 19. Como acho improvável que o Walcyr tenha viajado no tempo, imagino que essa seja a data da circulação da edição impressa da Veja SP. Se você tiver uma explicação melhor, é só me avisar...

Foto: Bryce Edwards

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Revista Decanter homenageia Nicolás Catena em Londres

No último dia 16, o argentino Nicolás Catena, o "Decantar Man of the Year" de 2009, foi homenageado num jantar realizado na casa do embaixador da Argentina em Londres. Figuras como Angelo Gaja, Oz Clarke, Hugh Jonhson e Baron Eric de Rothschild pretigiaram o evento. Veja como foi o jantar:




A revista Decanter premia, desde 1984, pessoas que se destacam no mundo do vinho. Veja quem foram os que receberam a honraria em anos anteriores:

2008 Christian Moueix - Pomerol
2007 Anthony Barton - Bordeaux
2006 Marcel Guigal - Rhône
2005 Ernst Loosen - Mosel
2004 Brian Croser - Adelaide Hills
2003 Jean-Michel Cazes - Bordeaux
2002 Miguel Torres - Penedès
2001 Jean-Claude Rouzaud - Champagne
2000 Paul Draper - California
1999 Jancis Robinson MW - London
1998 Angelo Gaja - Piedmont
1997 Len Evans, OBE AO -Australia
1996 Georg Riedel - Austria
1995 Hugh Johnson - London
1994 May-Eliane de Lencquesaing - Bordeaux
1993 Michael Broadbent - London
1992 André Tchelistcheff - California
1991 José Ignacio Domecq - Jerez
1990 Prof Emile Peynaud - Bordeaux
1989 Robert Mondavi - California
1988 Max Schubert - Australia
1987 Alexis Lichine - Bordeaux
1986 Marchese Piero Antinori - Florence
1985 Laura and Corinne Mentzelopoulos - Bordeaux
1984 Serge Hochar - Lebanon

Fonte: Decanter

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Vinhos com rótulos ilustrados por imagens de Hitler e Mussolini causam polêmica na Itália e na França

Uma turista francesa, de origem hebraica, entrou num supermercado na cidade de Cuveglio, na Itália, e encontrou vinhos com rótulos que trazem imagens de Hitler e Mussolini. Ela se sentiu ofendida e tirou fotos das garrafas. O supermercado é o Gs, um braço italiano do grupo francês Carrefour, que, temendo a propaganda negativa, parou de vender esses vinhos.

Mas a opinião do produtor dos vinhos em questão, Elvio Alessandria, de Cuneo, próximo a Torino, é outra: "Eu produzo vinho com rótulos históricos que são muito apreciados pela clientela. Eu não vejo por que eu deveria parar a venda. Quem compra o faz pelos mais diversos motivos: para fazer uma brincadeira com um amigo de posição política diferente ou porque é colecionador. Se querem tirar meus produtos do mercado, não há problema. Mas, nesse dia, também deverão cessar as transmissões de todos os programas de TV que vemos cotidianamente sobre Hitler e Mussolini, e também não deverão vender vídeos domésticos daquela época".

Os vinhos já são vendidos há cerca de 6 anos, tendo sido sempre objeto de críticas, mas a polêmica se recrudesceu agora, com a publicação das fotos em jornais italianos.

Fonte: La Republica Milano -
Fotos: La Republica Milano e Varese News

terça-feira, 15 de setembro de 2009

"Come Fly With Me" 2007 - Sinatra Family Estates

Como se verifica no rótulo acima, "Come Fly With Me" é um vinho elaborada com cabernet sauvignon, oriundo do Napa Valley. E os produtores são 3 filhos de Frank Sinatra, proprietários da Sinatra Family States, que anunciaram o lançamento do produto cuja produção é limitada a 500 caixas e, nos EUA, o preço é de 587 dólares para 6 vinhos. A cada nova safra, o vinho levará o nome de um clássico de Sinatra, além de ter a imagem de um disco no rótulo.

Fonte/Foto: Luxist

Fato inédito: vinhos de marcas próprias de supermercados são premiados no Decanter World Wine Awards

Pela primeira vez, o Decanter World Wine Awards premiou vinhos de marcas próprias de supermercados. Dois foram os vinhos agraciados:
O primeiro deles é o (naturalmente italiano) Amarone della Valpolicella chamado "Taste the Diference", safra 2006, da rede Sainsbury´s.
O segundo, o chileno Santa Helena Pinot Noir 2008, do Valle de Casablanca, da rede de supermercados Co-op´s.

Fonte/Fotos: Times Online

O vídeo de Bordeaux está de volta

Não sei se você notou, mas a postagem que trazia um belo vídeo em Bordeaux, incluindo St Emilion, foi retirada. É que o usuário do Youtube havia retirado o vídeo, ao que tudo indica, para fazer modificações. Agora, o vídeo está de volta! Aproveito para reiterar a dica de que, indo à França, não deixe de conhecer St Emilion. Um bela cidade!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Champagne Drappier, Chateau Kefraya e Casa Ferreirinha: Degustação Zahil em Brasília

No primeiro dia deste mês, tive a grata oportunidade de comparecer a uma degustação que celebrou a inauguração da loja da importadora Zahil em Brasília. E não foi uma degustação qualquer! Belíssimos vinhos foram apresentados por um dos proprietários da importadora, Antoine Zahil, uma figura muito simpática. Foi no espaço do restaurante Bottarga, na comercial da QI 05 do Lago Sul, em Brasília, onde também fica a nova loja.

Inicialmente, foi servido o Champagne Drappier Carte d´Or, da Maison Dappier.

Além dos que estavam no programa, ainda houve lugar para um Chateau Kefraya 2001, um vinho libanês de alta qualidade que eu nunca havia provado e que deu início aos tintos.

Em seguida, veio o espanhol Viña Ardanza Reserva 2000, muito complexo, sobretudo no nariz. O Casa Ferreirinha Reserva 1996 não deixou por menos, tendo sido considerado por alguns como o o melhor da noite, bem evoluído. O Châteauneuf-du-Pape 2005, da Domaine de La Solitude, veio depois. Para finalizar a noite com chave de ouro, foi servido um Amarone. Não escondo minha predileção por esse fantástico vinho italiano. No caso, era um Amarone Classico, chamado Acinatico, da vinícola Accordini. Por questão de lealdade, deixei o Amarone fora da avaliação quanto aos vinhos da noite. Essa avaliação foi feita a pedido de Antoine. Para mim, o Casa Ferreirinha ficou como o melhor vinho. Houve opiniões divergentes, inclusive a do Eugênio que, por sinal, é autor da fotografia que ilustra esta postagem (clique na foto para ampliar).

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Mundo do vinho em luto: morre Saul Galvão

Acabo de ver no blog do Didu Russo: faleceu um dos maiores conhecedores do vinho no Brasil, Saul Galvão.

Segundo a notícia no Estadão, Saul tinha 67 anos e sua morte decorreu de complicações advindas de um câncer.

Veja a matéria completa no site do Estadão e conheça um pouco da história de Saul.

Deixo aqui minhas condolências à família e aos amigos.


terça-feira, 8 de setembro de 2009

Veuve Clicquot com Sucrilhos??? Que sacrilégio!!!

Já falei do Gary Vaynerchuk algumas vezes aqui no blog. De fato, ele é um fenômeno da "internet vinícola" dos Estados Unidos. Mas, desta vez, o insólito apresentador se superou: fez harmonização de vinhos, entre eles um champagne Veuve Clicquot Demi-Sec, com cereais matinais... confira:

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Adegas "ecológicas" reutilizam madeira de barricas

Só na Califórnia, aproximadamente 200.000 barricas são descartadas todos os anos. Embora algumas delas sejam utilizadas como vaso ou lenha, a maior parte acaba virando lixo, indo para aterros sanitários.

Mas a linha "Stave Oak", da Savanté - Intelligent Cellar Design, traz a proposta de reaproveitar praticamente todos os componentes de barricas de vinho usadas para fazer belas adegas, como a que você vê na foto. A matéria prima ajuda dar um ar "antigo" para a adega, que é feita com uma técnica de encaixe, que dispensa o uso de pregos, parafusos ou grampos.

Fonte/Foto: L.A. Times

Vinhos Históricos de Portugal

Foi fundada a Associação dos Vinhos Históricos de Portugal. Veja uma matéria da TV FÁTIMA, que explica os objetivos na nova entidade:

domingo, 6 de setembro de 2009

Publicação internacional elege as pessoas e empresas mais importantes do mundo do vinho no Brasil

Marcelo Copello, Ciro Lilla e Guilherme Corrêa estão entre os eleitos pela revista "Meininger’s Wine Business International”. É a primeira vez que o Brasil recebe destaque na seção "Who´s Who" (Quem é Quem) da publicação.

Veja a relação completa:

1- Best Journalist - Melhor Jornalista – Marcelo Copello

2- Best Importer - Melhor Importadora - Mistral

3- Best Supermarket - Melhor Supermercado – Pão de Açúcar

4- Best Specialist Retailer - Melhor Loja Especializada – Enoteca Decanter

5- Best Sommelier - Melhor Sommelier – Guilherme Corrêa

6- Best Restaurant Wine List - Melhor Carta de Vinhos – Fasano (SP) e Figueira Rubaiyat

7- Most Influential Wine Person - A Pessoa de Vinho Mais Influente – Ciro Lilla

Fonte: Revista Wine - A essência do Vinho

sábado, 5 de setembro de 2009

Restaurante lança carta de vinhos eletrônica

Se você está cansado daquelas cartas de vinho que mais parecem uma bíblia de tão grossas, então o SD26 é o seu restaurante! Brincadeiras à parte, esse restaurante nova-iorquino, cujo nome está diretamente relacionado à sua localização (fica na East 26th Street), lançou uma carta de vinhos eletrônica, consolidada num dispositivo(foto) que traz as mais de 10.000 garrafas de vinho da casa, cujos preços vão de 34 a 3.400 dólares.

Segundo Tony May, proprietário da casa, as pessoas não sabem mais o que fazer com aquelas cartas imensas, normalmente encartadas em couro. A idéia é que a busca com o pequeno computador (a tela tem 9 por 5 polegadas) seja simples e mesmo uma pessoa sem qualquer intimidade com computadores consiga usá-la.

Jason Ferris, diretor de vinhos do estabelecimento, é grande o número de pessoas usando seus Iphones para buscar informação sobre vinhos no restaurante. Então, foi quase que uma consequência natural criar a "carta eletrônica".

O sistema ainda oferece duas vantagens: a primeira, é que, por estar ligado ao controle de estoque, não há mais aquele inconveniente de ter que dizer ao cliente de que o vinho que ele escolheu está em falta. A segunda, é que tira do sommelier a tarefa diária de atualizar a carta.

Tanto a notícia como a foto são do The New York Times. Não sei se você notou, mas parece que houve um erro, pois, na foto, aparece um vinho italiano e, nas informações, aparecem dados de um vinho do Nappa Valley.


Marson Gran Reserva Cabernet Sauvignon no Vinum Brasilis

O Eugênio, habitual colaborador deste blog, também esteve no II Encontro Vinum Brasilis. E ele mandou um texto com seu destaque do evento, o Marson Gran Reserva Cabernet Sauvignon 2004. Por sugestão do próprio Eugênio, provei esse vinho. O aroma é, de fato, surpreendente. Mas, na boca, não achei grande coisa. Cada um com sua opinião. Veja o relato. Na segunda foto, amigos que participaram do Evento.
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Toda degustação apresenta um vinho que surpreende. No II Encontro Vinum Brasilis, não foi diferente, ao me deparar com o Marson Gran Reserva Cabernet Sauvignon 2004. Um vinho que só é feito em anos que o enólogo da vinícola considera a safra satisfatória para fazê-lo. O vinho em questão é diferenciado, trazendo tecnologia avançada desde o campo, onde as uvas cultivadas são de parreirais conduzidos 100% no sistema de espaldeira, permitindo uma melhor insolação e maturação das mesmas.

O envelhecimento é feito em carvalho americano da floresta de Missouri, e preservado seu tempo de maturação, o vinho desenvolve seu aroma resultando em um excelente bouquet. Provei esse vinho na feira e não desgrudei mais dele.

Para todo lado que ia, estava com uma taça desse vinho na mão. Ia mostrando aos colegas, e todos se surpreendiam com o aroma de mel com própolis contido nele. Um aroma infinito,fiquei com ele na taça por quase 03 horas e não acabava. Todos que degustavam da minha taça perguntavam onde estava sendo servido esse vinho. Pena que acabou logo,acho que outros também perceberam a sua qualidade e se esbaldaram. Fui procurando outros vinhos, de outras vinícolas, nem conhecia esse vinho, mas saí de lá encantado com a Cave Marson e seu Cabernet Sauvignon Gran Reserva.


Eugênio Oliveira

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

1,2 bilhão de garrafas de champagne "emperram" e produtores reduzem produção

A queda no consumo de champagne, atribuída a mudanças nos hábitos de consumo em decorrência da crise mundial, levou os produtores a reduzir a produção para a próxima safra, cuja colheita deve se iniciar em 2 semanas. Eles entraram em acordo para deixar em torno de 32% das uvas nos parreirais. Essa atitude, somada às condições da safra, leva à estimativa de que a queda na produção final de champagne fique ao redor de 44% em casas famosas como a Moët Chandon, do grupo LVMH.

Fonte: The Wall Street Journal - Foto:
Giulio Nepi

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

VINUM BRASILIS 2009

No último dia 28, fui à segunda edição do Encontro Vinum Brasilis, no clube da ASSEFE em Brasília. O evento estava muito movimentado. Todos os ingressos foram vendidos e mais de 400 pessoas prestigiaram o evento, segundo Antonio Carlos Coêlho, um dos organizadores.

Alguns vinhos chamaram minha atenção. Entre eles, o Pequenas Partilhas Cabernet Franc 2008, da Aurora. Muito elegante e diferente dos demais vinhos da própria Aurora. Gostei, ainda, do branco Virtude 2008, da Salton (esse eu já havia provado). Outro chardonnay interessante foi o Cordilheira de Sant´Ana 2005, bem complexo. O Tannat 10 Anos, da Don Laurindo, também valeu a pena.


Na foto, Wesley, Coêlho, este que vos fala e Petrus. Os 3 foram organizadores do evento.

Quinta do Ribeirinho Pé Franco e Sagrantino di Montefalco Collepiano

Há alguns dias, tive a oportunide de provar 2 belos vinhos, o Quinta do Ribeirinho Pé Franco e o Sagrantino di Montefalco Collepiano, ambos da safra 1998. O Edinho foi nosso anfitrião no Dom Francisco da 402 sul. Quem ofereceu a primeira garrafa foi o João Baptista e, a segunda, o Eugênio, habitual colaborador deste blog. E é justamente o relato do Eugênio a respeito que trago hoje. Confira!

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Essa semana tive a oportunidade de degustar mais dois vinhos de exceção. O Quinta do Ribeirinho Pé Franco, que é o vinho top do Luís Pato, e o Sagrantino di Montefalco Collepiano do Arnaldo Caprai. Os dois vinhos eram da safra 1998, onze anos de vida, um de Portugal, da região da Bairrada e o outro da Itália, Úmbria. Os dois vinhos são considerados rústicos, que necessitam bastante tempo de garrafa para se tornarem prazerosos. O Sagrantino di Montefalco Collepiano é um vinho 100% sagrantino, que passa por um período mínimo de 30 meses de envelhecimento, sendo que destes, 12 meses são obrigatórios em tonéis de madeira. A uva sagrantino vem sendo cultivada na região de Montefalco há mais de 400 anos, e sempre foi utilizada, na forma passificada, para produzir o vinho doce conhecido como Sagrantino Passito. O estilo seco que prevalece hoje, e que foi degustado, só começou a ser produzido nos anos 70. O Collepiano 98 é um vinho DOCG (desde 1992 Sagrantino di Montefalco possui DOCG), é também um vinho de muita estrutura, feito para envelhecer bem. Se tomado jovem, sua potência e alto teor de tanino mascararão a amplitude desse vinho. O 98, apresentava borra no fundo da garrafa, sem comprometimento da qualidade do vinho, e mostrava aromas de couro, defumado e frutas secas. Taninos bem presentes, mostrando que o vinho ainda poderia evoluir por mais anos. A Úmbria também é produtora de salames de altíssima qualidade, sendo que o mais comum, encontrado em toda região, é o Corallina ou Salame Umbro.

O Quinta do Ribeirinho Pé Franco é um vinho 100% baga, casta local da Bairrada. As videiras são plantadas sem enxerto, como era feito antes do ataque da phyloxera, em vinhedos arenosos, beneficiando as videiras, já que a phyloxera não gosta de areia. A baga é uma casta que se caracteriza pela sua maciça estrutura tânica, capaz de ocultar toda a fruta. Luís Pato é considerado o rei da Bairrada e reconhecido como um dos únicos a conseguir domar a baga. Esse é um vinho de baixíssima produção. Cada videira não enxertada resulta em somente uma taça por safra. Como o vinhedo é pequeno, 3,5 hectares, poucas garrafas são produzidas por ano. Esse ano de 1998 resultou em 580 garrafas. Logo percebi que estava diante de uma raridade. No Tour Mistral, tive a oportunidade de perguntar ao próprio Luís Pato sobre essa garrafa. Ele me disse que o Pé Franco 98, ainda não estaria no melhor momento para beber, que estava com 11 anos e que estaria melhor com 15. Disse ainda que era um vinho para se comprar e abrir na festa de 18 anos de um filho, mas que se quisesse tomar agora, aconselhava abrir e deixar no decanter por 01 hora. Foi o que fizemos, ( os dois vinhos foram colocados em decanter ), e deixamos por 02 horas. Na hora de beber, o vinho estava deslumbrante, um aroma de alcatrão, com taninos domados (confesso que esperava um vinho mais tânico e mais ácido), o que foi uma bela surpresa, me levando até duvidar se esse vinho melhoraria com mais 04 anos de garrafa, como me sugeriu o pai do mesmo. Um vinho raro, que necessita 06 videiras para se fazer uma garrafa, e que nessa safra só foram feitas 580 garrafas de 750ml, ou melhor, 580 menos uma. Essa garrafa foi oferecida pelo João Baptista, e foi degustada em sua companhia, juntamente com os amigos Guilherme e Edinho no restaurante Dom Francisco.
Eugênio Oliveira

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Dos 500 homens mais ricos da França, 50 são ligados à indústria do vinho

A revista "Challenge" divulgou o "TOP 500", que reúne os 500 homens mais ricos da França. Proprietários de vinícolas em Bordeaux e Champagne estão estão entre eles.

E não são poucos os ligados ao setor vínícola: 10% deles, ou seja, 50 homens, incluindo o mais rico da França, Bernard Arnault, que preside o grupo de luxo LVMH, do qual também é o principal acionista. Entre os "braços" vinícolas do grupo LVMH estão nomes como Krug, Château d'Yquem e Cheval Blanc. A fortuna de Arnault, quinta maior da Europa, é estimada em 14,5 bilhões de euros, mesmo tendo sofrido uma queda de 20% nos últimos 12 meses.

Outro que viu sua fortuna diminuir (32%) é Francois Pinault, dono do Château Latour, que está em sexto lugar no ranking, com "modestos" 4,9 bilhões de euros.

Veja ainda outros integrantes do ranking:

• 13: Pierre Castel: 2,5 bilhões de euros
• 24: Patrick Ricard: 1,74 bilhões de euros
• 82: Bernard Magrez: 380 milhões de euros
• 121: Eric Rothschild: 250 milhões de euros
• 276: Jean-Claude Boisset: 62 milhões de euros

Fonte: Revista Wine - Foto: Lawrie Kate

Confira o ranking dos 30 vinhos argentinos mais exportados

Em número de Caixas, a marca de vinho líder nas exportações argentinas foi o Uvita de Plata. Se o critério adotado for relativo aos valores envolvidos, a linha Alamos (Catena Zapata) lidera, com 15,36 milhões de dólares, seguido por Trapiche (Trapiche) e Catena (Catena Zapata). Veja os 30 primeiros no ranking de exportações no ano de 2008 (clique na imagem para ampliar):


Fonte: Iprofessional