sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Latour 98 e Cos D´Estournel 99

Nova participação do amigo Eugênio, habitual colaborador deste blog. Hoje, ele nos fala sobre sua experiência com dois mitos bordaleses: Château Latour e Cos d´Estournel. Confiram!
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Mais uma vez, tive a oportunidade de degustar dois ícones do mundo do vinho. Um foi o Château Latour safra 1998, e o outro o Château Cos D’Estournel 1999. Os vinhos foram abertos por mim e deixados por quatro horas no decanter, dentro da adega. O intuito dessa manobra foi de oxigenar os vinhos para que se abrissem aromaticamente, já que o Latour estava bem fechado, e suavizar os taninos. Mesmo com 10 e 11 anos de vida, grandes vinhos de Bordeaux podem se mostrar tânicos, particularmente os de Pauillac e Saint-Estèphe.


Grandes vinhos, de safras não badaladas, acabam sempre agregando duas vantagens: Estão prontos mais cedo para beber, e custam muito menos que os de safras premiadas. Esses vinhos são um bom exemplo disso.

O Cos D’Estournel é um deuxième cru classe, com status de premier cru. Ele talvez seja o melhor dos deuxième, e é com certeza, um dos melhores vinhos do Mèdoc. Esse 1999 (65% C.S e 35% M), já estava com os aromas bem abertos antes de ser colocado no decanter. Na hora da degustação, apresentou uma cor evoluída de tijolo. Aromas de fumo, merthiolate, tostado e um café infinito. Vinho de corpo médio e taninos bem arredondados, não causando sensação de travamento na boca. Puro prazer.

O Latour 1998 (80% C.S, 10% M, 5% C.F e 5% P.V), apesar de mais velho, apresentava uma cor violácea, que ao exame visual, denotava ser mais jovem que o Cos. Fato que não correspondia à realidade. Após o tempo de decanter, apresentou aromas de groselha, cedro, grama cortada e chá, demonstrando grande complexidade. Na boca, uma textura mais espessa, com um tanino nada agressivo em um final longuíssimo. Álcool (13%), fruta e acidez plenamente integrados. Uma grande aula de elegância.


Eugênio Oliveira

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