Hoje li um post no blog do Cristiano Orlandi, o Vivendo Vinhos, que me levou a escrever este post. O post em questão era sobre o Clos de Los Siete 2006 e a frustração ao prová-lo.
Nunca provei esse vinho e, por isso mesmo, não faria muito sentido tecer algum comentário sobre ele. Mas, pelo que o Cristiano descreveu a respeito, posso imaginar o porquê da frustração. Como ele mesmo disse, trata-se de um vinho "assinado" pelo Michel Rolland, cuja principal "missão" (na minha opinião, ao menos) consiste em padronizar os vinhos de modo a agradar Robert Parker. Com boas notas deste, ótimos negócios estão garantidos. Assim, todos os envolvidos ficam felizes e, principalmente, endinheirados.
O problema, a meu ver, é que o "gosto Parker" pede vinhos altamente concentrados, verdadeiras "bombas" de frutas, quase geléias, não raramente unidas a um xarope de baunilha decorrente do excesso de madeira nova. Resultado: vinhos "óbvios", por vezes "doces", padronizados, sem qualquer tipicidade, elegância ou complexidade, mas que são fáceis de beber e, por isso, agradam muita gente, sobretudo àqueles que gostam de "beber notas" .
Foto: TheBusyBrain
Opinião bem colocada, já li em outros lugares assuntos parecidos. Parabéns pelo blog.
ResponderExcluirwww.vinhosweb.com.br
Guilherme,
ResponderExcluirExcelente abordagem do tema.
Não faz muito tempo, eu e o Cristiano trocamos idéias em meu blog sobre Bob Parker. Eu, particularmente, me desanimo com as pontuações deste e com as consultorias de Rolland. Seus vinhos, em geral, tem todos a tipicidade "novo mundo", que vc bem descreveu, algo que se pode definir como "flying terroir Rolland". Enfim, emho, vinhos que pouco agregam.
Abs.,
Marcus
Caríssimos,
ResponderExcluirObrigado pelos comentários.
Naturalmente, a opinião que exprimo nesse texto não é nenhuma novidade, mas reflete o pensamento de muitas pessoas ligadas ao mundo do vinho. Nem sempre é o tipo de opinião popular, reconheço. Contudo, creio que quanto mais as pessoas tiverem contato com esse ponto de vista, mais clareza terão para fazer suas opções.
Saudações,
Guilherme,
ResponderExcluirObrigado pelo comentário e referência.
Em relação ao assunto entendo que o Parker é um degustador experimentado e que, por sorte ou competência, provavelmente os dois, encontrou muitos consumidores com paladares sedentos pelos vinhos que o agradam e deu nessa história toda...
Não sou contra... mas já bebí vinhos que o Parker pontuou com os mesmos números infinitamente melhores que o Clos de Los Siete, logo me frustrei...
Forte Abraço!
Apenas uma provocação...
ResponderExcluirVcs acham que o projeto Sesmarias irá pelo mesmo caminho?
Podemos esperar também um vinho nesse mesmo padrão previsível?
abs!
Alexandre