quarta-feira, 6 de agosto de 2014

"A Espanha deveria mostrar ao mundo que sabe elaborar e vender vinhos caros", diz Angelo Gaja

Dificilmente alguém, no mundo do vinho, fica indiferente a Angelo Gaja. Uns o veneram, outros o odeiam. 

O produtor, famoso pelos seus vinhos, feitos no Piemonte - embora também produza em outras regiões, e pelas opiniões contundentes, deu, recentemente, uma entrevista ao El Confidencial, da Espanha.

Trago aqui alguns trechos da entrevista, em tradução livre. 

El Principal - Como você vê a Espanha?
Angelo Gaja - Eu a conheço através do vinho e da restauração. Na cozinha, adquiriu um nível de notoriedade que, por exemplo, a Itália não conseguiu. Quanto ao vinho, em cerca de 10 anos, a Espanha conseguiu se tornar referência mundial na relação qualidade-preço e, agora que já tem isso ganho, deveria tentar construir o vértice superior dessa pirâmide e começar a mostrar que sabe elaborar e vender vinhos caros. 

E como se faz isso?
O mais difícil não é elaborar um vinho bom e caro e vendê-lo. O difícil é manter-se assim, ano após ano. Um vinho pode ser caro porque, além de ser bom, tem uma quantidade limitada e sua demanda cresce. E há um momento em que não se pode melhorar a qualidade até o infinito. E é aí onde entra a responsabilidade e o trabalho de cada um. E não é um trabalho fácil, tem que viajar muito, fazer publicidade, assumir custos.

Em que consiste, exatamente, esse trabalho?
Em saber contar bem sua história, ser crível. Não conheço nenhuma bebida que represente tão fielmente o solo, a tradição e a cultura como o vinho. Tem que voltar à origem. Eu sempre digo aos meus colegas de outras vinícolas que pesquisem bem a história da região onde produzem, que a façam sua e viagem para contá-la. Deveriam, inclusive, criar escola de "narradores" no setor do vinho.


Gostou da entrevista? Então confira a íntegra clicando aqui

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