quinta-feira, 16 de abril de 2009

Jorge Lucki na Grand Cru de Brasília

Infelizmente, não tive a oportunidade de comparecer ao jantar harmonizado que contou com a presença de Jorge Lucki. Mas o dileto amigo Eugênio Oliveira esteve lá e se encarregou de, gentilmente, fazer um interessante relato, que faço questão de postar aqui. As fotos também são dele. Boa leitura:
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"Foi uma noite memorável, com uma palestra perfeita do Jorge Lucki, o cara sabe tudo da Bourgogne, conhece os vinhos, os produtores, domina a geografia. Tem carisma, humildade e simplicidade para administrar uma palestra sem ser totalmente técnico evitando falar em taninos, aromas... fazendo com que todos se interessem pelo que diz.

A palestra teve 04 intervalos, o palestrante falava sobre o vinho, o produtor e a harmonização que viria à seguir, então era feito o intervalo para que fizéssemos a harmonização. O palestrante fazia sua refeição, e retornava para explicar sobre a harmonizaçao seguinte. Nunca vi tanta atenção da platéia após ser servida a primeira harmonização. Toda vez que o palestrante retornava do intervalo o silêncio e atenção eram extremos, demonstrando que o palestrante estava prendendo a atenção de todos.

O jantar foi seguido da seguinte forma:

Entrada : Ostras Frescas com limão siciliano e flor de sal com Cremant de Bourgogne (espumante da Borgonha) de muito boa qualidade, já ostras não são uma iguaria que agrada a todos, mas para quem gosta estava ótimo.

1 Prato : Robalo com sal, trufas e batatas ao creme com alho poró com Poully-Fuissé 2007 que não aguentou o prato pois não tinha estrutura para isso. O robalo, peixe gorduroso e o creme trufado atropelou o vinho que era de corpo médio e muito simples, já o Chassagne-Montrachet foi coisa séria.Vinho untuoso, muito mineral, dando o frescor que fazia a ligação com o peixe, aromas de manteiga, coco queimado e borracha. Para mim, foi o vinho da noite.

2 Prato : Duo de Pato com Maçã e Risoto Negro com Morey Saint Denis Les Loupe 2005, premier-cru. O pato vinha em duas texturas (Duo), a coxa e o peito em um cozimento perfeito mereceu um elogio exacerbado do Jorge Lucki, que disse que poucas vezes comeu um pato tão bom, e olha que ele mora em São Paulo. O vinho, apesar de ser um Premier-Cru, estava muito novo (2005), tinha sido aerado em decanter por 02 horas mas se mostrava tímido nos aromas, corpo médio, elegante como quase todos Pinot da Bourgogne, que, na minha opinião, casou melhor com coxa do pato que com o peito que por ser mais seco e fibroso combinaria mais com um pinot um pouco mais robusto como um Gevrey-Chambertim 1cru.

Sobremesa : Pêssego ao forno com sorvete de canela com Ratafia de Bourgogne. Nunca tinha comido um pêssego assim, cozido, aromático, adocicado que casou perfeitamente com o Ratafia, espécie de conhaque adocicado que o Fernado e sua esposa trouxeram de uma viagem a Bourgogne, era o único vinho que não fazia parte do portfolio da Grand Cru.

Outras notas: O Jorge Lucki é uma pessoa super simples, foi à mesa de quem o procurou, conversou sem esnobismo algum, ficou até um pouco comovido quando lhe mostrei o vinho Grands-Echezeaux do Rene Engel 1991 que tínhamos tomado na degustação no Mercure, dizendo que aquele vinho era coisa muito boa e até perguntou onde tínhamos conseguido aquela garrafa. Ao final fez questão de chamar a chef de cozinha Andréa Munhoz, para elogiar a qualidade dos pratos e chamou também o Lázaro que foi o responsável pela gerência do serviço, elogiando ele e toda a equipe de serviço que foi impecável.

Fica aqui um elogio em particular ao Fernando (proprietário da Grand Cru), por ter tido essa excelente iniciativa de trazer um palestrante de renome internacional para escoltar a agradabilíssima noite que tivemos em sua loja. Sucesso total e espero ansioso pelo próximo evento.

Eugênio Oliveira"

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