segunda-feira, 25 de maio de 2009

Jóias do Novo Mundo

Há alguns dias, enquanto eu estava absorto com as caixas da minha mudança e com todas as demais "intempéries" oriundas de tal fato (quem já fez mudança sabe do que estou falando), recebi uma ligação do amigo Eugênio. Ele me dizia que estava a caminho de uma degustação na casa dos pais do Ricardo. Até brinquei com ele, dizendo que ele só estava me ligando para me deixar com inveja. Enfim...

Apesar disso tudo, vou postar aqui os comentários do Eugênio a respeito dos vinhos degustados. Só posso dizer que o Angelica Zapata Cabernet Franc é, de fato, um vinho diferenciado. Pena não estar disponível no Brasil. Já fiz uma postagem sobre ele, por ocasião da volta do glorioso Sport Club Corinthians Paulista à primeira divisão do brasileirão. Já tive oportunidade de provar as safras 2001, 2002 e 2003, sendo a 2002 excepcional.

Boa leitura!


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A convite do meu amigo Ricardo Salmeron, fui à casa de seus pais Roberto e Ieda (casa em que sempre fui muito bem acolhido), para degustar belos vinhos oferecidos por eles e convidados. A noite estava fria e convidativa a um bom vinho, e não foi o que faltou.

1 - Começamos pelo tinto biodinâmico chileno, Antiyal 2006, feito pelo Álvaro Espinoza, que tem predominância da Carménère, mesclada à Cabernet Sauvignon e Syrah. Antiyal significa “filhos do sol” e estava jovem apresentando uma cor bem escura, de um vinho concentrado, com aromas de mentolado e frutas maduras. É um vinho para guardar mais uns 10 anos.

2 - Logo depois foi aberto o Almaviva 2000, que foi logo mostrando a que veio. Muita fruta fundida com a madeira,sem ser austero,com aromas de couro e ameixa preta..Esperava que a cor estivesse mais atijolada, mas estava viva, com pouca evolução,parecendo mais novo do que era, mesmo assim pensei : esse é o vinho da noite.

3 - Foi então aberto o Angélica Zapata 2003 Caberet Franc. Esse é um vinho que não é comercializado no Brasil, só no mercado interno argentino.Quem for à Argentina aconselho trazer de caixa.Ao ser removida a rolha os aromas se desprenderam de forma fantástica e complexa.Inicialmente ataque doce (sem ser enjoativo ) passando por cedro e papelão molhado.A cada nova inspirada dava pena de beber o vinho para que não acabasse nunca.Na boca estava com a textura cremosa, macio,equilibrado.Um vinho gentil.Reservei um pouco na taça para bebê-lo no final e confirmei o que imaginava: o melhor vinho da noite e talvez o mais barato.

4 - Seguindo, degustamos o Pablo Neruda Cabernet Sauvignon 2001, chileno. O vinho apresentou-se com aromas herbáceos, grama molhada ,com um toque de couro e uma cor mais evoluída que os outros vinhos da noite.Na boca estava redondo e equilibrado.Para mim, o segundo melhor da noite.

5 - Continuando no novo mundo, foi aberto o Kuyen 2006, que é o segundo vinho do Antiyal, também feito pelo Álvaro Espinoza de maneira biodinâmica. É um vinho em que a Syrah predomina, complementada pela Cabernet Sauvignon.O vinho tem um toque de especiarias e uma cor bem densa de um vinho novo, que irá melhorar com alguns anos de adega.

6 - Para finalizar, foi servido o grande branco Coulée de Serrant, do Nicolas Joly safra 2006, que estava por quatro horas no decanter, mas isso é assunto para outra postagem.

Eugênio Oliveira.

Um comentário:

  1. Caros Guilherme e Eugenio,

    Conversei com o Ciro a respeito e ele me disse termos grandes chances de trazer este vinho para o Brasil. Vamos aguardar!

    Um grande abraço,

    João Baptista-MISTRAL BRASILIA

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