sexta-feira, 30 de março de 2012

VEM AÍ A EXPOVINIS 2012

Rótulos de diversos países do mundo reunidos no maior salão de vinho das Américas

Consolidado como o maior evento do setor de Vinho das Américas, o ExpoVinis Brasil – 16º Salão Internacional do Vinho será realizado entre os dias 24 e 26 de abril, no Expo Center Norte, em São Paulo. A feira contará com participações importantes do setor no cenário nacional e internacional, cerca de 20 mil visitantes, entre proprietários e compradores de bares, restaurantes, hotéis, adegas especializadas, supermercadistas, atacadistas e distribuidores, formadores de opinião, sommeliers, enólogos e enófilos.

Distribuído em um espaço de 18 mil metros quadrados, o salão exibe rótulos para todos os paladares. Os vinhos destacados pelos produtores nacionais recebem atenção no espaço dedicado ao Instituto do Vinho (Ibravin), com 40 vinículas nacionais, principalmente oriundas de regiões como Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Vale São Francisco. Países da América Latina, como Argentina e Chile, ganham stands próprios e ocupam amplos espaços.

Para os amantes dos vinhos do Velho Mundo, a feira contará com rótulos da França, Portugal, Itália, Espanha. O evento receberá consagrados produtores italianos, que representam regiões de Puglia, Abruzzo, Marche, Lombardia, Toscana e Piemonte. Bons rótulos de países como África do Sul e Alemanha também ganharão destaque na feira.

O evento contará ainda com uma das mais importantes e cobiçadas provas de vinhos organizados no Brasil, o Top Ten. Um júri de alto nível composto por jornalistas, sommeliers, degustadores de associações e de escolas selecionarão os dez melhores rótulos do ExpoVinis Brasil 2012. A escolha será entre os vinhos tintos, brancos, espumantes e rosés.

Serviço:

ExpoVinis Brasil 2012

16ª Salão Internacional do Vinho

24 a 26 de abril de 2012

Expo Center Norte – Pavilhão Azul - Vila Guilherme – São Paulo

Informações e credenciamento visitantes: www.exponor.com.br

Dia 24 das 13h às 21h –(exclusivamente para profissionais do setor.)

Dia 25 das 13h às 21h / Profissional / 18h às 21h / consumidor final

Dia 26 das 13h às 20h / Profissional / 17 h às 20h / consumidor final

Ingressos (Consumidor Final): R$ 50,00 incluindo taça para degustação. Estudantes de Hotelaria, Nutrição, Gastronomia, Enologia e Turismo pagam R$ 25,00 - Não inclui taça (necessário apresentar identidade e comprovante do curso que não seja carteirinha de estudante).

Entrada franca para profissionais do setor (necessário apresentar identidade ou CPF e comprovante profissional). Não é permitida a entrada de menores de 18 anos. Necessário apresentar carteira de identidade.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Real Companhia Velha propõe enoturismo de natureza na Quinta das Carvalhas

Quando pensa em Douro, o amante do vinho que vai visitar Portugal logo pensa na cidade do Porto. De fato, trata-se de um lugar único. Mas há muito mais a conhecer. Em 2010, tive a oportunidade de visitar a Quinta das Carvalhas e posso dizer que são paisagens belíssimas.

Hoje recebi a notícia de que há um novo programa de enoturismo por lá. Vale muito a pena conhecer. Confira as informações:
Primavera é tempo de amendoeiras em flor, é tempo das videiras terminarem a época de repouso e iniciarem a fase de abrolhamento… Estas são apenas duas razões que levam a Real Companhia Velha – produtora de vinhos do Porto e Douro fundada em 1756 e a mais antiga empresa portuguesa, com actividade ininterrupta há 255 anos – a convidar para uma ‘Caminhada e Prova na Quinta das Carvalhas’, situada no Pinhão, em pleno coração do Alto Douro Vinhateiro, classificado como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO.

A “quinta mãe” da Real Companhia Velha é uma das mais emblemáticas propriedades durienses, sendo considerada por muitos a quinta “imagem do Douro” porque permite uma amostragem do território e do que mais belo o Douro tem para mostrar: dificilmente num outro local se consegue ver tanto em tão pouco tempo. O monte das Carvalhas, que está a 600 metros de altitude e onde se desfruta de uma paisagem a 360 graus, é o ponto de "excelência" para a observação da propriedade (e do Douro).

Visitar a Quinta das Carvalhas é ver o Douro por dentro – com os trabalhos da vinha (como a poda, a escava ou a vindima), a apanha da azeitona ou a reconstrução dos tradicionais muros de xisto – e os melhores ângulos da sua paisagem. É ver vinhas com mais de 70 anos e encostas com 70 graus de declive; é admirar o rio Douro; é desfrutar de fauna e da flora em simbiose: pela Quinta das Carvalhas estão espalhados espaços jardins, construídos com pedras de granito antigas e esteiros de xisto e onde foram plantadas várias plantas e ervas.

Os percursos a pé são vários e podem ser definidos em função de cada grupo, dependendo da idade, vontade de caminhar e até da sua coragem. Sob o mote “Caminhar pelo Douro, um prazer inesquecível!”, a Real Companhia Velha convida para um momento de lazer em harmonia com a Natureza, mas também de partilha da história da Companhia, que se confunde com a do Douro e de Portugal, da cultura associada à Quinta das Carvalhas, ao Douro e ao vinho, feita por quem conhece e vibra a cada palavra que solta… No final de cada visita, há tempo e espaço para provas de vinhos do Porto e DOC Douro. Há também a possibilidade de adicionar ao programa um almoço bem tradicional na Casa Redonda, situada no topo da Quinta das Carvalhas.

Mais informações sobre ‘Caminhada e Prova na Quinta das Carvalhas’
Preço: € 15,00 / pax (inclui prova vinho do Porto Quinta das Carvalhas Tawny Reserva)
Programa disponível durante todo o ano | todos os dias
Suplemento: almoço tradicional na Casa Redonda (no topo da Quinta das Carvalhas) | € 30,00 / pax
Reserva obrigatória mediante disponibilidade
Informações e reservas através de turismorealcompanhiavelha@gmail.com

segunda-feira, 26 de março de 2012

A polêmica das salvaguardas continua: incongruências da "nota à imprensa" do Ibravin


No último dia 18, publiquei aqui minha análise sobre o pedido de salvaguardas ao vinho nacional. Recebi muitos comentários e aproveito para agradecer a todos que os fizeram. Desde então, muito se falou a respeito do assunto relativo às salvaguardas. Destaco a entrevista que o Sardenberg fez com o advogado Eduardo Fleury, para a rádio CBN, em que se alertou para a possibilidade jurídica de que seja adotada, antes do término da investigação, uma salvaguarda provisória, cuja duração seria de, no máximo, 200 dias. Um artigo que merece ser lido consiste no que o Jorge Lucki escreveu para o Valor Econômico, pois enfrenta a questão sob diversos prismas. O Ciro Lila, proprietário da Mistral, também se manifestou sobre o tema, em sua carta aberta. São tantos os bons textos que permeiam esse debate que seriam injusto tentar enumerá-los aqui.

Mas proponho-me, agora, a analisar alguns aspectos da "nota de esclarecimentos" que o Ibravin e outras entidades divulgaram, que fiz questão de publicar aqui no blog, até porque creio ser fundamental que todos possam expor suas ideias e argumentos.

O texto se inicia deixando claro que não se pode "responsabilizar" nenhuma vinícola, isoladamente, pelo pedido de salvaguardas. Isso, por si só, já evidencia o desconforto causado pela amplamente negativa repercussão que o pedido tem causado. Mas há que se reconhecer que, formalmente falando, foram as entidades que apresentaram o pedido. Mesmo sabendo que um pedido dessa natureza não surgiria se não fosse da vontade majoritária dos associados ou representados, como não se explicitou de que forma a tomada de decisão ocorreu no âmbito de cada uma das entidades, não se pode afirmar nada categoricamente a respeito.

Esse desconforto fica ainda mais claro ao se ler o seguinte trecho:
"É importante ressaltar que não pedimos e não queremos o aumento de impostos para os vinhos importados!"

Ora, quando atitudes são tomadas, seus "autores" devem arcar com os ônus, nomeadamente com aqueles mais impopulares. Nada mais antipático do que pregar aumentos de impostos para os consumidores brasileiros, cujos ombros já suportam uma carga tributária hercúlea.

E por mais que não se queira assumir a paternidade desse "filho feio", a verdade é que o pedido de salvaguarda pode, sim, resultar num incremento de impostos. Tal fato decorre da própria natureza do procedimento que foi instaurado a pedido dessas entidades. Dizer, agora, que não pediram aumento de impostos soa tão verdadeiro quanto dizer que aquele que acende um pavio de uma bomba não é responsável caso ela exploda, pois o que vai detonar a pólvora (e causar a explosão) é o pavio e não quem o acendeu.

Basta olhar no site do próprio Ibravin para verificar que o aumento de imposto está entre os objetivos da entidade. Veja só o que um artigo ali publicado, atribuído a Renan Arais Lopes, da Assessoria de Imprensa da Senadora Ana Amélia Lemos, diz, sem qualquer ressalva por parte do Ibravin (destaquei):

Senadora gaúcha confirmou que vai produzir relatório contrário ao PL que propõe redução do Imposto de Importação para os vinhos de Portugal.

A senadora Ana Amélia (PP-RS) reafirmou seu apoio às medidas que contemplam a área da vitivinicultura ao participar de reunião com lideranças do setor, nesta quarta-feira (14).

As principais reivindicações dos vitivinicultores são referentes à criação de salvaguardas para proteger o mercado e a indústria brasileira. A expectativa é pelo aumento da taxa de importação sobre vinhos como da Europa, Austrália e do Chile, este último responsável por 36,6% das importações de vinho no país.

As salvaguardas podem contribuir para aumentar a participação dos vinhos finos e espumantes nacionais de 20% para 37% no mercado nacional. As medidas são por meio de aumento do imposto de importação ou de restrição quantitativa.

As lideranças do setor também pediram o apoio da senadora para que não seja aprovado pelos parlamentares o projeto de lei (PLS 6/2012) que isenta do imposto de importação o vinho procedente de Portugal.

A parlamentar gaúcha é relatora da matéria e já confirmou que é contrária à iniciativa que irá prejudicar a indústria nacional.

Participaram do encontro o vice-presidente do Sindicato da Indústria de Vinho do Rio Grande do Sul (Sindivinho-RS), Gilberto Pedrucci, o diretor executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Carlos Raimundo Paviani, o Coordenador da Comissão Interestaduall da Uva, Olir Schiavenin.

Portanto, dizer que não há essa possibilidade revela uma das seguintes possibilidades: a) desconhecimento do procedimento (ouça a entrevista da CBN ou leia o texto anterior); b) tentativa de ludibriar o público, amenizando os estragos já causados à imagem dos produtores brasileiros. As duas hipóteses são lamentáveis.

Outro trecho da nota que merece reflexão é o seguinte:
"Quando falamos em estabelecer cotas para os vinhos estrangeiros, isso não quer dizer que queremos restringir a variedade atual. Se a Salvaguarda for implantada, as cotas de entrada de vinhos por países serão estabelecidas por uma média dos últimos três anos. O que queremos é regulação, não restrição."

Se o estabelecimento dessas cotas não significa restrição, o que mais pode significar? Justificar o injustificável leva a essas incongruências. Dizer que as cotas serão estabelecidas pela médias dos últimos 3 anos não tira o caráter nebuloso de como, efetivamente, ocorreriam essas cotas. Além do mais, essa definição caberia ao governo. De qualquer modo, restringindo a oferta, os preços subiriam, naturalmente.

Mas um dos mais infelizes trechos da nota ficou para o final (destaquei):

"As ameaças e pressões comerciais, como a proposta de boicote aos vinhos verde-amarelos, que têm circulado nas redes sociais e que pretendem restringir a presença dos rótulos brasileiros no mercado, só aumentam, comprovam e justificam ainda mais a necessidade de implantação das medidas de Salvaguarda."

Trata-se de uma desesperada tentativa de transformar em causa aquilo que é consequência. Essas propostas de boicote só foram cogitadas justamente em virtude do infeliz pedido de salvaguardas. Não se tem notícia de algo semelhante antes disso. Mais uma vez, essas entidades conseguem por os pés pelas mãos, maculando a imagem do vinho brasileiro, ao deixar claro que o consumidor não pode ter opinião e que deve ir a reboque dos interesses dessas entidades. Realmente lamentável!

Imagem: Steven Goodwin

domingo, 25 de março de 2012

IBRAVIN: NOTA DE ESCLARECIMENTO À IMPRENSA | EM DEFESA DO VINHO BRASILEIRO

Em homenagem ao debate de ideias, coloco aqui um comunicado feito por entidades que defendem a aplicação das salvaguardas.

Em breve, tecerei alguns comentários sobre o comunicado, numa postagem específica.
O Instituto Brasileiro do Vinho (IBRAVIN), a União Brasileira de Vitivinicultura (UVIBRA), a Federação das Cooperativas do Vinho (FECOVINHO) e o Sindicato da Indústria do Vinho do Estado do Rio Grande do Sul (SINDIVINHO) reafirmam que foram estas – e só estas – as entidades representativas do setor vitivinícola brasileiro que entraram com o pedido de Salvaguarda no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Entretanto, contamos com o apoio de dezenas de instituições.

Nenhuma vinícola brasileira, de forma isolada, deve ser responsabilizada pelo pedido, feito em 1º de julho de 2011. Várias empresas tiveram informações colhidas, de acordo com a legislação, para embasar tecnicamente o pedido de Salvaguarda. A petição foi apresentada pelo setor, por meio das suas entidades representativas.

A Salvaguarda é um instrumento previsto pela legislação brasileira e internacional, reconhecido pela OMC (Organização Mundial do Comércio), para regular e equilibrar as relações comerciais entre os países. É, portanto, uma medida legal e temporária que objetiva dar condições para que os setores afetados possam, a partir da implantação de um Programa de Ajustes, melhorar sua competitividade e concorrer em igualdade de condições com demais partícipes do mercado.

A melhora da competitividade do vinho fino brasileiro possibilitará produtos com mais qualidade, custos menores e preços acessíveis ao consumidor.
É importante ressaltar que não pedimos e não queremos o aumento de impostos para os vinhos importados!

O resultado esperado com a implantação da medida e do Programa de Ajustes é garantir a participação da produção brasileira de vinhos finos no mercado, que nos últimos anos cresceu apenas para os produtos importados. Dos 91,9 milhões de litros de vinhos finos comercializados em 2011, apenas 21,3% eram nacionais. Nosso objetivo é resgatar a nossa capacidade competitiva para permanecer neste mercado e, se possível, elevar nossa participação em alguns pontos percentuais. Caso contrário, o setor produtivo nacional corre o risco de desaparecer em poucos anos.

Vale ressaltar que, há poucos anos, o vinho fino brasileiro possuía uma participação muito maior no mercado nacional, e o quadro abaixo no documento em anexo demonstra como isso se inverteu em muito pouco tempo.

O que se espera são medidas temporárias e transitórias que permitam o reequilíbrio do mercado, tais como as cotas – que a União Europeia e muitos outros países aplicam a inúmeros produtos brasileiros. Por que eles podem aplicar estas medidas e a indústria vitivinícola brasileira não? As regras da OMC são válidas para todos os países participantes.

Com o pedido de Salvaguarda e implantação do Programa de Ajustes, acreditamos estar garantindo o futuro dos vinhos brasileiros, produto gerado em uma cadeia produtiva que emprega mais de 20 mil famílias só no campo, e que hoje já alcança nove estados brasileiros (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Bahia e Pernambuco).

Além disso, buscamos equalizar os impostos estaduais (ICMS), que vão de 12% a 30% sobre o vinho. Alguns Estados beneficiam com a redução de ICMS as importações de vinhos e tributam os nacionais, inclusive os produzidos no próprio Estado, como é o caso de Santa Catarina e Espírito Santo. Já foram realizadas reuniões com secretarias da fazenda de quatro Estados para tratar desse assunto.

Nosso objetivo é promover o consumo, criando igualdade de condições de mercado, sem a necessidade de aumentar o preço (como se tem sugerido, maquiavelicamente, por quem defende os produtos estrangeiros sem se preocupar com a produção, os empregos e as agroindústrias nacionais).

Deve ficar claro que a Salvaguarda é uma medida temporária e pode ser facilmente compreendida, assim como quando o Brasil limita a importação de automóveis do México, regula a entrada de calçados da China, aceita cotas de comércio com a Argentina, sofre taxação na venda de suco de laranja para os EUA, é impedido de vender carne suína para a África do Sul e a Rússia, sofre barreiras sanitárias da União Europeia para produtos alimentícios, tem cotas para exportar para diversos países, precisa atender a todas as especificações da legislação para onde exporta, e outros tantos exemplos. Não somos os primeiros nem os únicos a estabelecer isso. Faz parte das regras do comércio internacional leal o estabelecimento de princípios que garantam igualdade de condições.

Estamos trabalhando pela redução de impostos há pelo menos uma década. Já conseguimos a desoneração dos vinhos espumantes, que antes tinham IPI de 30%. Agora o IPI dos espumantes – nacionais e importados – é de 20%, mas, por definição de atos específicos, o percentual cobrado sobre os espumantes é de 10%.

O Brasil possui hoje uma infinidade de vinhos importados. Quando falamos em estabelecer cotas para os vinhos estrangeiros, isso não quer dizer que queremos restringir a variedade atual. Se a Salvaguarda for implantada, as cotas de entrada de vinhos por países serão estabelecidas por uma média dos últimos três anos. O que queremos é regulação, não restrição.
Por fim, para o setor vitivinícola brasileiro, a Salvaguarda não é uma “dádiva”, pois o setor terá, neste período, que implantar medidas de ajuste, principalmente estruturantes, que o auxilie a tornar-se mais competitivo.
As ameaças e pressões comerciais, como a proposta de boicote aos vinhos verde-amarelos, que têm circulado nas redes sociais e que pretendem restringir a presença dos rótulos brasileiros no mercado, só aumentam, comprovam e justificam ainda mais a necessidade de implantação das medidas de Salvaguarda.

Independentemente das interpretações equivocadas divulgadas nos últimos dias, baseadas no desconhecimento e na falta de informações, reafirmamos nossa firme disposição em seguir com o pedido de Salvaguarda em defesa do vinho brasileiro.

Atenciosamente,

Instituto Brasileiro do Vinho (IBRAVIN)
União Brasileira de Vitivinicultura (UVIBRA)
Federação das Cooperativas do Vinho (FECOVINHO)
Sindicato da Indústria do Vinho do Estado do Rio Grande do Sul (SINDIVINHO)

Clique aqui para ler o documento na íntegra com o gráfico que mostra o grande crescimento

quinta-feira, 22 de março de 2012

Espanha: vinhedos, paisagens e sabores

Hoje vou passar uma dica para quem aprecia vinhos, gastronomia e cultura, além de não dispensar uma boa viagem. Não perca essa grande oportunidade de fazer um ótimo passeio pela Espanha em excelente companhia:

Porto Brasil, em parceria com a Vinho & Arte, lança roteiro exclusivo de wine experience por vinícolas na Espanha

Aconteceu no dia 14 de março o Encontro de Lançamento do "Tour de Espanha 2012 - 29 de abril a 09 de maio".

Com acompanhamento da enóloga Maria Amélia Duarte Flores (Vinho & Arte) e organização da Porto Brasil, integra a programação de viagens para apreciadores de vinho, boa mesa e paisagens, onde destinos como Portugal, Itália, França, Chile e Argentina (Mendoza e Patagônia) já foram contemplados. Mais do que visitar vinícolas, nestas viagens vivenciam-se conceitos de Wine Experience: cada momento é único, cada visita é surpreendente. Dentre as wine experiences reservadas ao limitado grupo de participantes, a viagem reserva muitas emoções, como:
  • Visita VIP a vinícola Vega Sicília, um ícone da Ribera del Duero. Seu vinho, "Vega Sicilia Unico", é considerado um dos melhores e mais cobiçados vinhos do mundo, só surgindo em grandes safras, podendo atingir milhares de euros a garrafa. Não abre a turistas/visitantes; com apoio da importadora Mistral, o grupo terá uma recepção e degustação exclusiva.
  • Hospedagem no Hotel Marques de Riscal - El Ciego, Rioja - Dois dias para realizar sonhos: vinho, arte, arquitetura, design. Com a melhor estrutura de SPA do Mundo, foi finamente concebido e decorado pelo famoso arquiteto Frank O Gehry, o mesmo do Museu de Bilbao.
  • Jantar com a companhia de Luis Vicente Elias Pastor / Bodegas Lopez de Heredia - Viña Tondonia/Rioja - antropólogo, reconhecido estudioso de paisagem e turismo do vinho, com inúmeros livros publicados, é referência internacional quando o assunto é arquitetura de vinícolas. Uma memorável troca de conhecimentos de história, não só dos vinhos da Espanha, mas de paisagens do mundo inteiro.
Na ocasião do lançamento, a enóloga Maria Amélia palestrou sobre as principais regiões vinícolas espanholas, descrevendo o roteiro e apresentando imagens de viagens anteriores, abrangendo Ribera del Duero, Rioja, País Basco e Penedés/Barcelona. Os clientes e interessados no tour puderam tirar suas dúvidas sobre as denominações, bem como conhecer mais sobre a hotelaria escolhida e as vinícolas a serem visitadas. Azeites espanhóis "Monde"/Uniagro deram o toque ao evento, que também teve Cava don Román e degustação de vinhos da Rioja.

"Mais do que uma viagem, uma experiência gastronômica para guardar na memória e no coração. Um tour de afeto."

Para maiores informações sobre o tour, acesse o site: http://www.portobrasil.com.br/espanha.pdf
ou contate : 51 9331 6098 / 3025 2626 ou vinhoearte@gmail.com / marilia@portobrasil.com.br

domingo, 18 de março de 2012

A polêmica das salvaguardas ao vinho brasileiro

Embora a discussão já tenha aparecido na mídia há algum tempo, foi com a publicação da Circular nº 9, de 14 de março de 2012, da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), que a polêmica relativa à possível aplicação de salvaguardas ao vinho nacional realmente eclodiu com força, proporcionando acalorados debates na internet, inclusive em mídias sociais, como o Facebook.

Muito se fala a respeito, mas nem sempre fica claro o que está acontecendo. Afinal, o que são as tais "salvaguardas"? De uma maneira simples, pode-se dizer que são medidas que um país toma para proteger sua indústria interna em relação a prejuízos ou ameaças causadas por produtos importados. Uma matéria esclarecedora foi publicada no site da Revista Menu, que entrevistou a advogada Carol Monteiro de Carvalho, especialista no assunto. Ao ser questionada sobre quais seriam as medidas possíveis, ela esclareceu que "O primeiro ponto é o adicional no imposto de importação, que pode chegar ao máximo a 55% (hoje é 27%). O governo pode também adicionar um valor fixo a ser cobrado de toda importação de vinho, que pode ser por toda a caixa de vinho ou por garrafa. É possível também que o governo opte por estabelecer cotas para a entrada de vinhos importados no Brasil.".

No entanto, a mesma Revista Menu obteve junto a Felipe Hees (diretor do Departamento de Defesa Comercial do MDIC) a informação de que, se houver a aplicação de salvaguarda, "ela será na forma de cotas para a importação de vinhos por países.".

De qualquer modo, ainda não há qualquer definição se haverá ou não alguma salvaguarda. O que ocorreu com a publicação da Circular foi o desencadeamento de uma investigação que pode ou não levar a isso. Os interessados poderão se manifestar no curso dessa investigação. Esse processo teve início com a apresentação de uma petição pelas seguintes entidades: o Instituto Brasileiro do Vinho – IBRAVIN, a União Brasileira de Vitivinicultura – UVIBRA, a Federação das Cooperativas do Vinho – FECOVINHO e o Sindicato da Indústria do Vinho do Estado do Rio Grande do Sul – SINDIVINHO.

Diante disso, neste momento, cabe analisar as razões contidas na petição, que foi apresentada em 1o de julho de 2011. Os argumentos fundamentais da petição, assim como o resultado da análise preliminar feita pela SECEX - o que motivou a instauração da investigação, podem ser verificados no anexo da Circular.

A principal linha de argumentação analisada diz respeito ao prejuízo causado à indústria nacional do vinho em virtude do aumento das importações de vinho (excluindo Mercosul e Israel) desde 2006, sendo que o incremento mais problemático teria havido a partir de meados de 2010, fruto, entre outros motivos, da crise financeira internacional que atingiu outros mercados. Entre 2006 e 2010, o aumento do volume importado foi de 56,3%, sendo que, apenas entre 2009 e 2010, o crescimento foi de 27,8%. Ainda entre 2006 e 2010, a participação das importações no mercado brasileiro do vinho subiu de 67,1% para 78,7%, enquanto a fatia do vinho nacional declinou de 32,9% para 21,3%. Uma série de outros elementos econômico-financeiros são analisados, com a conclusão de que existe "nexo de causalidade"(relação direta entre uma coisa e outra).

Pois bem. Os argumentos contidos na petição podem até fazer algum sentido, do ponto de vista econômico. Todavia, partem de uma premissa absolutamente equivocada: dar ao vinho a condição de commodity, pois as análises são feitas sob o prisma quantitativo e nunca qualitativo. Tratar o vinho como trigo, bauxita ou minério de ferro só pode levar a uma conclusão irremediavelmente errada. A "similaridade", atributo indispensável para se requerer a adoção de salvaguardas, tem que ser vista com extrema cautela quando o assunto é o vinho. Um fusca é "similar" a um Maserati ou a um Aston Martin. Afinal, os três tem rodas, pneus, e motor. Tamanha a obviedade do absurdo da comparação que se mostra desnecessário continuar o raciocínio.

Esse tratamento de commodity fica evidenciado num trecho de uma reportagem da Folha, em que "Os produtores nacionais afirmam que não existe chance de o mercado brasileiro ficar desabastecido com a restrição de importações.". Desabastecido??? Imagine que, uma vez aplicado um regime de cotas, você deixe de encontrar um determinado Barbaresco. Então, vai bastar você substituí-lo por um vinho da Serra Gaúcha produzido com Nebbiolo! Claro que estou fazendo uma piada de mau gosto. Trata-se de um singelo exemplo para mostrar que não se pode abordar esse assunto apenas pelo viés da quantidade. E não se trata de "melhor" ou "pior". Quem tem mínima noção sobre vinho, sabe que eles são simplesmente diferentes entre si, considerando-se a origem. A riqueza e o encanto do vinho derivam justamente disso! E a "substituição" não é, portanto, algo tão singelo. Se a petição tivesse sido feita por entidades alheias ao mundo do vinho, haveria o benefício da dúvida. Vinda de onde veio, a omissão não pode ser encarada como mero esquecimento.

Outro "esquecimento" relevante diz respeito à produção nacional de espumantes, que cresceu nada menos que 40,7% entre 2005 e 2010, em volume. A sabida qualidade desse tipo de vinho, aliada a preços competitivos, contribuiu decisivamente para que isso acontecesse. Se a mesma coisa não ocorreu com os demais tipos de vinho, os esforços devem ser empreendidos para que também ocorra. A desoneração tributária já seria um bom começo. Restringir a importação de vinhos, seja por meio de aumento de impostos ou pelo estabelecimento de cotas parece que vamos apenas "tirar o sofá da sala".

Um ponto contido na petição diz respeito a uma série de melhorias prometidas pelas entidades, caso sejam adotadas as salvaguardas. Vão desde “Reestruturação competitiva do segmento produtor de vinhos finos brasileiros" até "Programa de Promoção e Marketing". O primeiro soa mais como uma confissão da evidente falta de competitividade. Quanto ao segundo, será necessária uma "fábula" de dinheiro só para desfazer o estrago que essa petição fará à imagem do vinho nacional. Afinal, não conheço consumidores que gostam de ser coagidos a consumir determinado produto. Para se ter uma idéia, já circulam na internet movimentos apoiando boicote aos vinhos nacionais em virtude da "feliz" iniciativa dos produtores brasileiros. Particularmente, acho que somente com a adesão de atacadistas, supermercadistas, lojistas e restaurantes um boicote pode fazer algum efeito. Se isso realmente ocorrer, os produtores nacionais terão trocado uma leve cefaleia por uma asfixia potencialmente fatal.

Também há uma petição pública contra as medidas de salvaguarda.

Diante de todo esse quadro, resta saber o que ocorrerá ao fim da investigação. Como consumidor de vinhos, torço para que não se adote qualquer salvaguarda. Caso sejam adotadas, a torcida é no sentido de que sejam as menos deletérias.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Wine Dinner Carodorum no restaurante Antiquarius Grill


A importadora B-Cubo tem o prazer de convidá-lo para uma noite especial.

Venha degustar os vinhos Carodorum, classificados entre os melhores da região de Toro (Espanha), harmonizados com um cardápio exclusivo.

A Bodega Carmen Rodríguez Méndez, responsável pelos rótulos Carodorum, é a menor vinícola registrada no Conselho Regulador da denominação de origem TORO. Pequena no tamanho e grande na qualidade, como demonstram as pontuações alcançadas por seus vinhos nas avaliações de Robert Parker. Esta vinícola elabora produtos que fazem frente aos mais conhecidos e renomados da região.

O Enólogo e Proprietário da Bodega Carmen Rodríguez Méndez, Guillermo Diez, em sua primeira visita ao Brasil, estará presente e contará mais sobre a história e magia desse vinho tão apreciado no mundo inteiro.

Menu:

Recepção
Couvert da Casa - Torrada, manteiga, patê de carnes, patê de berinjela, ovinhos de codorna e queijo quente Antiquarius

Entrada (Vinho Inurrieta Mediodía Rosado 2010):
Vieiras ao Champagne - Flambadas no champagne rosé com cebola, creme de leite e sal a gosto

Primeiro Prato (Vinho Carodorum Issos 2007):
Arroz do Pato à Antiquarius - Pato desfiado cozinhado no molho com cebola e shoyo, salsinha e azeitona verde.
ou
Iscas de Fígado à Lisboeta - temperadas em vinho com alho e salsinha, cebola com molho madeira e batatas cozidas.

Segundo Prato (Vinho Carodorum 2007):
Cabrito Assado à Nossa Moda - cozinhado no vinho tinto Alentejano com cebola, alho, creme de leite e sal a gosto servido com batatas coradas, arroz melado e torrada.
ou
Codornas ao Vinho do Porto - cozinhadas no vinho do porto com cebola e acompanha arroz de açafrão.

Sobremesa:
Doces Portugueses

Informações:

Data do jantar: 14/3/2012 • Horário: a partir das 20h • Local: Antiquarius Grill
Endereço: Espaço Gourmet do ParkShopping, Brasília, DF.
• RSVP: (61) 3047 5171 ou 3028 8300 com Nuno • Valor: R$ 200,00
Os participantes deste wine dinner terão descontos exclusivos na compra de vinhos da importadora B-Cubo.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Dom Francisco recebe degustação da vinícola portuguesa Herdade Paço do Conde


Dom Francisco recebe degustação da vinícola portuguesa Herdade Paço do Conde

Na próxima terça-feira (6), o Dom Francisco da ASBAC receberá uma degustação da conhecida vinícola portuguesa Herdade Paço do Conde. O evento está sendo realizado pela Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho do DF e contará com a presença do proprietário da marca, o engenheiro José Antônio F. Castelo Branco, que explicará as particularidades do vinho português.

No evento, haverá a degustação de seis rótulos da Herdade, acompanhada do cardápio de Salada de atum, Bife Ancho com acompanhamento e Bife Angosto com acompanhamento feitos pelo chef Francisco Ansiliero.

Dos vinhos que serão degustados no jantar, o Herdade Paço do Conde Tinto Colheita e o Tinto Reserva são rótulos premiados internacionalmente. A vinícola fica localizada na região do Alentejo e foi construída em 2002.

Os vinhos:

Herdade Paço do Conde Branco

Herdade Paço do Conde Rosé

Herdade da Albernoas Tinto

Herdade do Paço Tinto

Herdade do Paço Tinto Colheita

Herdade do Paço Tinto Reserva

Serviço:

Local: Dom Francisco ASBAC

Endereço: SCES, Trecho 2, Conjunto 31

Informações e reservas: 3443-5797/7817-5238

E-mail: sbavdf@gmail.com

Horário: 20h

Valor: R$ 95 por pessoa

domingo, 4 de março de 2012

Laus 700 ALT - Somontano

Na última quinta, tive a oportunidade de provar dois vinhos espanhóis realmente muito interessantes. Ambos são produzidos pela Bodegas Laus na região espanhola de Somontano e chegam ao Brasil pela importadora B Cubo.

As uvas são provenientes de um vinhedo chamado "Bachimaña", situado na base dos Pirineus, em altitudes superiores a 700 metros. Daí o nome dos vinhos "700 ALT".
O branco leva um corte incomum: 65% Chardonnay e 35% Gewürztraminer. Em torno 20% da Chardonnay terminou a fermentação em barricas de carvalho. Não se trata de um branco leve. Mesmo sendo da safra 2006, mostrou bastante vigor, com um ligeiro amargor final, muito agradável.

O tinto deriva de um corte de 40% Syrah, 35% Cabernet Sauvignon e 25% Merlot. Extremamente elegante, este vinho passou por um estágio de 15 meses em barricas de carvalho francês. Com bom corpo, mostrou taninos redondos e delicados.

Provei esses vinhos no restaurante La Plancha, que fica na 209 Sul, em Brasília. Na ocasião pude conhecer 3 ótimas novidades que devem ser incorporadas no cardápio até meados deste mês:

- Camarão Gelado: camarões médios são servidos sobre gelo, com casca.

- Camarão com Angu: camarões médios sem a casca, servido com molho à base de alho picado, cebola picada e tomate sem pele, páprica doce e picante e sal. Tudo isso sobre um angu que leva molho de camarão no seu preparo.

Ambos os pratos de camarão caíram bem com o 700 ALT branco.

- Filete de Salmão: finas fatias de salmão chapeadas, sem adição de qualquer gordura. Pelo seu sabor acentuado, harmonizou melhor com o 700 ALT tinto.